Sua opinião é muito importante

Amados, esse blog nasceu por acaso e muito menos tinha a pretensão de ser o que ele é hoje. Esse blog é de todos. Pensando nisso quero abrir um canal para os visitantes do blog, para VOCÊ, poder interagir, publicar seu testemunho, sua opinião, sua discordância, em fim... acrescentar de alguma forma com o despertar da nossa geração.
Inicialmente temos dois canais: as postagens de comentários,no final de cada publicação tem um icone (uma carta) é só clicar postar seu comentário e temos o e-mail:
andre.f@starmedia.com, que vc pode nos enviar seu texto e estaremos publicando com o maior prazer. Sua opinião é mt importante.
Vivo (21) 9844-0174; Oi (21) 8611-4449. ID.: 103*20 000

quarta-feira, 9 de março de 2011

EU, O CARNAVAL E O SAMBA


Desde pequena, meu pai me incentivava a gostar de samba e carnaval. Lembro-me dele feliz vendo os meus pezinhos na cadência do samba: pra frente e pra trás, pra frente pra trás, pra frente e pra trás, quebra de ladinho e de repente, um pulinho para dar um charme ao requebrado. Os ombros e os braços acompanhavam o movimento e muitas vezes, punha-me a girar com uma vassoura na cintura como se fosse uma porta-bandeira.Aos 4 anos, sofri um acidente que mudou tudo. Atravessei a Av. Cônego de Vasconcelos, em Bangu, com tudo. Um ônibus vinha na minha direção. Minha irmã, de quem eu tinha mordido a mão antes de sair correndo pelo meio da rua, lembra-se de tudo. Segundo ela, o impacto da batida foi tão grande, que voei para o outro lado da rua. Minha cabeça não abriu mas surgiu um "galão" na hora. Ainda tenho uma leve cicatriz entre o nariz e boca. Quebrei o fêmur esquerdo.Não gosto de falar desse período do hospital porque foi um tormento. Depois, veio o processo de recuperação: rápido e sem sequelas, graças a Deus. Tem gente que acha que eu não bato bem da cabeça, rs... Mas acho que isso não tem a ver com o acidente. A pancada deve ter colocado alguns pinos no lugar. Tempos depois, meu pai visitou uma cidade do interior de Minas e acabamos nos mudando para lá. Ele já estava aposentado e não queria correr o risco de me ver parando ônibus novamente. Foi bom. Cresci sabendo o que era galinha, pato, ganso, vaca, cavalo, rio, cachoeira, bicho de pé, carrapicho, jabuticaba no pé, fogão a lenha, lama etc. O carnaval era um pouco diferente. Assistíamos aos desfiles pela TV e acompanhávamos a apuração fazendo nossas tabelinhas e gritando a cada "nota 10" recebida pela escola do coração. Meu pai explicava cada quesito e a história do carnaval carioca. Ele morreu quando eu tinha a idade de 10 anos. Estava doente. Fumava muito. Antes de morrer, abandonou o espiritismo. Minha mãe tinha começado a frequentar uma igreja batista. Ele odiava. Mas esse ódio durou pouco tempo. Meu pai entregou sua vida à Jesus um pouco antes de morrer, após ser internado em coma. Até aí, isso não tinha muito sentido para mim.Quando me converti ao evangelho de Jesus Cristo tinha quase 14 anos. E o Carnaval era um dos momentos mais difíceis do ano. De um lado toda a beleza da festa: o enredo, a comissão de frente, o abre-alas, as alegorias, a evolução das baianas, a velha guarda, os cortejos entre mestre-sala e porta-bandeira, enfim... a história a ser contada no desfile. Some-se a tudo o apito dos mestres de bateria e a marcação dos repiques, tan-tans, tamborins, agogôs aguardando um choro de cavaquinhos e cuícas. E pode parecer loucura, mas o sangue esquenta e parece que o corpo quer ir junto. Os pés começam a bater sem sentir.De outro lado, tinham os meus conflitos espirituais e a ausência do papai. Espiritualmente, os católicos lidam bem com isso. Brincam os 4 dias, recebem as cinzas na quarta, guardam (alguns) a quaresma e extravazam no sábado de aleluia. Mas eu tinha deixado o catolicismo para trás porque ele não me preenchia. De outro, faltava alguém explicando os detalhes de cada escola. Mas o ritmo do samba continuava ali, implicando com o meu corpo. Hoje, minha percepção sobre o que o meu pai dizia não mudou. O que mudou foi minha fé. Ele era claro em apontar a representação de cada orixá nos desfiles, do culto à vaidade, a explicação do enredo. Também me dizia porque os terreiros de macumba fecham durante o carnaval e porque seus seguidores precisam oferecer sacrifícios e pedir "licença" para "brincar" o carnaval. Tenho 34 anos e nada contra o samba. É um dos ritmos mais bonitos e irreverentes do nosso país. E por meio dele, também é possível adorar a Deus. Prova disso foi o Bezerra da Silva! Quem não se lembra desse grande malandro? Antes de morrer, o malandro virou servo do Deus vivo e o adorou com o samba!Não vou negar que um desfile de escola de samba é bonito. A cada ano os profissionais do carnaval ficam mais competentes. Mas, com o tempo, convertido aprende a ser crente. E crente aprende coisas sobre o mundo espiritual e sobre Deus que superam em muito, a fugaz alegria do carnaval. Nenhuma folia, seja no Rio, Minas, Bahia ou Recife se compara, nem de longe, ao batismo com o Espírito Santo. Pergunte a quem já esteve nos dois lados. Se o cidadão viveu essa experiência, mas se afastou do evangelho e ainda tem temor, tenho certeza de que, mesmo sem forças, ele gostaria de ser renovado na fé e voltar ao primeiro amor. Se o sujeito estiver firme na palavra, você já vai saber qual é a resposta. Bezerra, o grande malandro carioca, experimentou. E não largou mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário