É fácil utilizar as Escrituras e soltar versículos bíblicos
às multidões sedentas do Evangelho. O problema é que o povo não consulta a
Palavra de Deus para examinar se o conteúdo está de acordo com a Sua vontade. A
interpretação pastoral livre e abusiva, de homens com sede ao pote pela
movimentação evangélica e arrecadação financeira é cada vez mais acentuada.
Poucos são aqueles que, levando os mandamentos de Deus à sério, carregam sua
Bíblia, na hora da pregação como faziam os cristãos de Beréia (Atos 17.11). A
mensagem geralmente é de pouca soma e não é voltada para o apelo da sã doutrina
de Cristo: a salvação da alma, o arrependimento dos pecados e a santidade
daqueles que querem obter um relacionamento sadio, íntimo e promissor com o
Criador. O salmista Davi escreveu estes pensamentos: “A intimidade do Senhor é
para os que O temem, aos quais Ele dará a conhecer a Sua aliança” (Salmo
25.14). Portanto, a aliança de Deus está na Sua própria Palavra, a qual devemos
levar conosco ao entrarmos nos átrios do Senhor, examinando as Escrituras,
porque nelas contém a vida eterna (João 5.39). Assim, as mensagens devem conter
transformação, renovação de fé e esperança, arrependimento de pecados,
santificação no Espírito e fidelidade ao Senhor, louvando, servindo e testemunhando
a nossa salvação em Cristo. Isto é a real aliança que Deus deseja de todo
cristão. Acredito em adoração e sacrifício vivo para com Deus (Romanos 12.1-2),
porém esta aliança deve estar acompanhada de santificação, entrega e submissão
ao Senhor. Longe de nós sermos vítimas de mensagens baratas, sem sacrifício e
sem comprometimento com a obra de Cristo. Acerca disso os lobos tiram proveito
do rebanho, impondo-lhes oportunidades, promessas duradouras, conceitos, jugos,
ofícios, tradições e filosofias humanas rudimentares, nas quais o povo segue ao
arrastão dos ardis devoradores de almas, adotando subterfúgios bíblicos de
enganarem as ovelhas de Israel aos seus ideais pregados no palco e com shows. A
infidelidade aos padrões da santa doutrina dos apóstolos tornam muitos homens
também infiéis. A grande maioria segue as tradições impostas pela liderança que
preside suas próprias normas para exploração da fé pública. Daí o abuso
doutrinário (1 Timóteo 4.1).
Vamos analisar alguns desses acontecimentos no Velho
Testamento. O profeta Ezequiel profetizou sobre eles.
O primeiro sinal é que os pastores infiéis podem ser notados
quando apascentam a si mesmos, em vez das ovelhas: “Filho do homem, profetiza
contra os pastores de Israel; profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus:
Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão as
ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não
apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a
desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre
elas com rigor e dureza” (Ezequiel 34.2-4).
Observando pelo lado do Novo Testamento, seguimos os
conselhos do Senhor Jesus quando disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a
vida pelas ovelhas” (João 10.11). Pastores fiéis dão de si mesmos às aflições,
aos apelos e aos interesses das ovelhas sedentas em prosseguirem no caminho de
Cristo; lobos, agem ao contrário: ignoram, menosprezam e passam por cima dos
sentimentos e das realizações das ovelhas. Vejamos outro exemplo do apóstolo
João: “Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos
dar nossa vida pelos irmãos”(1 João 3.16). A diferença fatal é o amor. Enquanto
os pastores buscam as ovelhas por amor, os lobos determinam sua própria
justiça: tirar o máximo da vida de suas ovelhas. Resumindo: Se são pastores
fiéis, que permaneçam na doutrina de Deus; se são lobos e pastores infiéis,
repelem e fazem omissão aos dons espirituais e à edificação da igreja
(1 Coríntios 14.12).
Enfim, o apóstolo João já nos escreveu: “Todo aquele que ultrapassa a
doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na
doutrina, esse tem assim o Pai, como o Filho”(2 João 9).
Baseado nestas verdades, assim podemos distinguir, na
realidade, as obras dos pastores fiéis no confronto espiritual com os lobos
vorazes e infiéis. Apresento-lhes 20 percepções físicas e espirituais que
descrevem em parte tais diferenças entre os fiéis e infiéis no reino de Deus:
01. Pastores cheiram à ovelhas; lobos, farejam as ovelhas.
02. Pastores conferem as Escrituras; lobos acrescentam
escrituras.
03. Pastores ficam no meio das ovelhas; lobos permanecem por
atrás das ovelhas.
04. Pastores dão honras às ovelhas do seu pastoreio; lobos bajulam
aquelas que já têm honra.
05. Pastores gostam de multiplicar igrejas; lobos adoram
dobrar as igrejas.
06. Pastores convocam ovelhas para decisões; lobos se
convocam para dominarem as decisões das ovelhas.
07. Pastores são os guias das ovelhas; lobos deixam as
ovelhas se guiarem.
08. Pastores dão cartas de recomendações às outras ovelhas;
lobos excluem os apelos das ovelhas.
09. Pastores trabalham em prol das ovelhas; lobos põem as
ovelhas para trabalharem por eles.
10. Pastores choram com as ovelhas; lobos ficam rindo das
ovelhas.
11. Pastores não têm medo de pregar verdades
doutrinárias; lobos se encorajam para
omiti-las.
12. Pastores limpam as sujeiras das ovelhas; lobos
transferem a sujeira para as ovelhas.
13. Pastores se arrependem dos seus pecados; lobos ignoram
as suas falhas.
14. Pastores se inspiram na Bíblia para fazerem a obra:
lobos se inspiram nos rivais para engordarem a obra.
15. Pastores chamam suas ovelhas de amadas; lobos chamam as
ovelhas para amá-los.
16. Pastores não desistem das metas enquanto não forem
cumpridas; lobos desistem delas se eles também desistirem.
17. Pastores se transformam pela voz de Deus; lobos se fazem
surdos porque não querem mudar.
18. Pastores almoçam junto com todas as ovelhas; lobos
almoçam unidos com uma só ovelha.
19. Pastores chegam de mansinho; lobos saem de mansão.
20. Pastores imitam a Jesus Cristo; lobos imitam a Satanás.
Pois assim está escrito: “Aquele, porém, que se gloria,
glorie-se no Senhor” (2 Coríntios 10.17). Alerta aos santos do Senhor: “E não é
de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito,
pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de
justiça; o fim deles será, conforme as
suas obras”" (2 Coríntos 11.14-15).
Se alguém ainda não conheceu como deve ser a conduta do bom pastor, que
volte-se para Cristo e aceite o conselho do apóstolo João: “Não tenho maior
alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João 3).
Glória a Deus, pois aquele que é o Pastor dos pastores, Jesus, nos disse: “Quem
é de Deus ouve as palavras de Deus” (João 8.47a).
| Autor: Helgir
Girodo |
Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |
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